Elétrica ou convencional? Saiba se o tipo de escova de dente faz diferença na higiene bucal

Escova elétrica ou manual
Font Freepik

Os dois tipos de acessório possuem suas particularidades e orientações de uso conforme cada pacientes

por Giovanna Borielo, do R7

Os cuidados com a saúde bucal são imprescindíveis também para manter o organismo todo saudável.

A boca é a porta de entrada para inúmeras bactérias, fungos e outros microrganismos que podem partir dela para o resto do corpo.

A escova de dentes é a principal ferramenta do dia a dia para evitar que esses visitantes indesejados nos causem doenças.

"É importante ter uma escova de dentes adequada para manter uma boa saúde dos dentes e das gengivas. Escovas mais duras e com cerdas irregulares tendem a retrair as gengivas, dependendo da força usada ao esfregar, assim como causar quadros de abfração, em que há um desgaste entre o dente e a raiz, acumulando placa bacteriana e podendo gerar cáries", explica Diana Fernandes, cirurgiã-dentista pela ABO (Associação Brasileira de Odontologia).

Ela alega que tanto as escovas comuns quanto as elétricas possuem suas particularidades, mas o que realmente importa é a técnica no momento da escovação, além do uso do fio dental.

Já o cirurgião-dentista Fernando Tai defende o uso das escovas elétricas. Isso porque esse tipo de escova pode chegar a dez mil "esfregaços" por minuto, o que seria impossível de fazer manualmente.

"A cabeça da escova elétrica é muito menor e de maior precisão e, por isso, tem um alcance nos lugares mais difíceis de fazer a correta higiene bucal."

Tai acrescenta que a melhor escova de dentes é aquela orientada pelo dentista de cada paciente, já que ele poderá indicar conforme as condições de saúde bucal observadas, podendo variar, inclusive, com escovas interdentais, ortodônticas unitufos ou bitufos e escovas especiais.

Diana complementa que ela costuma recomendar escovas de cabeça pequena, arredondada ou triangular, pois elas conseguem atingir áreas mais difíceis da boca.

Quando trocar

Outro fator que deve ser levado em consideração é o tempo de troca das escovas. Diana lembra que, independente do tipo de escova utilizada, é importante que ela seja substituída a cada três meses, tempo em que as cerdas podem ficar desgastadas e desfiadas e perdem a efetividade na remoção de placa bacteriana.

Ainda, em casos de resfriados e infecção por Covid-19, a recomendação é que a escova seja descartada e substituída por uma nova após a melhora do quadro.

A higienização do instrumento é imprescindível para a sua conservação e para manter a saúde bucal. Tai alerta que as escovas devem ser sempre lavadas em água corrente e secas com papel toalha.

Diana completa que, para diminuir a umidade antes de secar, pode-se dar leves batidinhas na escova.

Depois de secá-la, o ideal é mantê-la em posição vertical e armazená-la em ambientes que não sejam úmidos, longe de vasos sanitários e evitando o contato com outras escovas para que as bactérias não passem de uma para a outra.

Para o transporte, os dentistas comentam que as escovas devem conter capas protetoras com furinhos, que evitam deformidade e ventilam as cerdas, dentro de necessaires.

Além da adaptação, a troca de uma escova de dentes convencional para um modelo elétrico deve levar em conta o preço. Essas últimas variam de R$ 90 a R$ 1.500 — sem considerar o preço das reposições das cabeças, a cada três meses.

Já as escovas de dentes comuns podem ser encontradas a partir de R$ 7.

"As escovas [elétricas] vêm ganhando mercado no Brasil aos poucos. Comparado com a Europa, onde 70% das pessoas [as] usam, na América Latina somente 2% da população [as] conhecem. Os valores mais altos e a falta de reposição das escovas fazem com que menos brasileiros optem por esse tipo, que tem a vantagem de atingir melhor as regiões mais difíceis em relação à escova comum, e as mais novas apresentam um sensor de pressão que ajuda a orientar o paciente quando encosta nos dentes e faz muita força, ela indica com uma luz vermelha que tem muita pressão, automaticamente ela para de funcionar com a pressão normal", observa Diana.

POR SAÚDE | Giovanna Borielo, do R7 | 3/07/2023 - 02H00 (ATUALIZADO EM 23/07/2023 - 19H55)

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